terça-feira, 3 de maio de 2011

Código Ambiental Brasileiro

As florestas, o solo, a água, a biodiversidade e o clima equilibrado são patrimônios e riqueza de todos os brasileiros. Preservados, eles continuarão  a funcionar como insumos para a nossa agricultura, agindo em benefício tanto dos produtores rurais como de todos nós que dependemos dos alimentos que eles produzem. As florestas, principalmente a Amazônia, continuarão a gerar as chuvas que irrigam os solos férteis de todo o país, abastecem nossos reservatórios e fornecem a energia que o Brasil precisa para crescer. Continuarão, igualmente, a servir de inspiração para o nosso imaginário coletivo, que construiu personagens mitológicos como o Curupira e o Saci-Pererê a partir, justamente, de nossa tradicional relação com nossas matas.

Tudo isso está em jogo na tentativa de modificar o Código Florestal brasileiro. Há mais de dez anos, representantes da bancada ruralista tentam mudar nossas leis em seu próprio benefício, para diminuir a função social e ambiental das florestas e das propriedades rurais .

Em tramitação na Câmara dos Deputados há quase 12 anos, o projeto de lei do novo Código Florestal deve ir à votação no plenário da Casa, na terça-feira (3). A maioria dos líderes partidários e o próprio presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), são favoráveis à votação mesmo persistindo divergências em torno do relatório apresentando pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).Depois de diversas rodadas de negociação com ministros, ambientalistas, representantes dos produtores rurais e da comunidade científica, Rebelo prometeu divulgar amanhã (2) as alterações feitas em seu relatório conforme as reivindicações dos diversos setores.
“Vamos continuar conversando e nos aproximando do acordo ideal que deverá ser anunciado na próxima segunda-feira”, disse Rebelo à Agência Brasil. Entre os pontos mais polêmicos que ainda não foram sanados, estão a obrigatoriedade da reserva legal na pequena propriedade de até quatro módulos fiscais e a redução do tamanho de área de preservação permanente (APP) em torno dos rios.



REFLETINDO...

Entre os muitos problemas que assolam a humanidade, dois são de especial gravidade: a injustiça social e a injustiça ecológica. Ambos devem ser enfrentados conjuntamente se quisermos pôr em rota segura a humanidade e o planeta Terra. Assim tudo o que existe e vive precisa ser cuidado para continuar a viver e existir. Leonardo Boff.




A Campanha da Fraternidade deste ano "A criação geme em dores de parto” trouxe para nossa reflexão a preocupante situação de nosso planeta, nossa casa, que sofre os efeitos de uma exploração predatória de seus recursos naturais.


Algumas Ações concretas podem fazer a diferença, devemos:
- reaprender a ser filhos e filhas da terra;
- reaprender a ser parte da criação, agindo com o cuidado que ela merece;
- reaprender a conviver com a terra e com todos os seres vivos;
- gerar energia com as fontes mais limpas;
- redefinir o controle e uso dos solos, priorizando a produção agroecológica de alimentos.


Para concretizar estas ações é necessário:
- um compromisso pessoal, familiar e comunitário;
- mobilização em favor da energia solar, eólica e do movimento das águas;
- mobilização nacional por novas prioridades políticas;
- mobilização mundial em favor de acordos internacionais;
- mobilização em favor de uma prática cristã que revolucione a humanidade.

O respeito pela Terra e a vida deve ser pensado em toda a sua diversidade, reconhecendo que os seres vivos possuem valor próprio e uma interligação natural. A consciência dessa dignidade transforma-se no ponto de partida para o desenvolvimento intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
O respeitar evoca uma atitude de cuidado, e o cuidado uma atitude de responsabilidade. Ao termos o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais devemos ter como principal objetivo a promoção do bem comum. Isso nos leva a sonhar com uma sociedade democrática que garantindo os direitos humanos e brindando oportunidades para o desenvolvimento do potencial das comunidades, promova uma justiça econômica sustentável ecologicamente responsável. Ao reconhecer tais objetivos surge a preocupação pelas gerações futuras, como uma garantia que deve ser transmitida como herança. A liberdade de cada geração para com o meio ambiente tem que ser depurada pela necessidade e, ao mesmo tempo, pelo interes em transmitir valores e tradições para a prosperidade ecológica da Terra.
Segundo o Historiador Eric Hobsbawn, vivemos na “Era dos Extremos”. Para ele, “nosso mundo corre o risco de explodir ou implodir. Não sabemos para onde estamos indo, mais uma coisa é certa: se a humanidade pretende ter um futuro reconhecível, ela não pode ser uma simples continuação do passado ou do presente”. O desenvolvimento tecnológico das cidades, o crescimento, o consumo, o meio ambiente, o aquecimento global, todos esses conceitos que lemos e escutamos diariamente estão mais relacionados à nossa vida do que imaginamos. Eles se relacionam conosco. Deles depende a nossa vida e o nosso futuro sobre a Terra.

Leitura: Leonardo Boff - Saber Cuidar - Ética do Humano - Compaixão pela terra.



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